Amanhã (20), o primeiro time do PT da Bahia estará em Vitória da Conquista para uma chamada reunião ampliada do diretório estadual. Articulada para acontecer na cidade pelo deputado federal Waldenor Pereira, pré-candidato a prefeito, o encontro trará a Conquista o trio de notáveis do partido no estado: o governador Jerônimo Rodrigues, o ex-governador e atual ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o também ex-governador e atual senador, vice-líder do governo Lula no Senado, Jaques Wagner. Além das eventuais discussões burocráticas sobre o funcionamento do partido, os três “capas pretas” (como se dizia nos primórdios) terão uma missão especial neste sábado: responder se, afinal, o PT terá candidato a prefeito no município ou não.

A primeira candidatura petista em Vitória da Conquista foi em 1982, com o advogado Ruy Medeiros na cabeça de chapa e o agricultor Noeci Salgador, como vice. Neste 42 anos, Vitória da Conquista é uma das poucas cidades da Bahia onde o PT teve candidato a prefeito em nove das dez eleições ocorridas desde a fundação do partido. A única vez em que isso não aconteceu, foi em 1992, quando o candidato foi Guilherme Menezes, estando ainda no PV, com Zé Raimundo de vice. Mas, não precisa muito esforço para entender: identificado com o partido, onde construiu suas principais relações na cidade, Guilherme estava com um pé dentro do PT, ao qual se filiou dois anos depois, em 1994, ano em obteve sua primeira eleição, para deputado estadual.

Por isso repercutiram tão fortes duas declarações recentes do governo Jerônimo Rodrigues falando que o PT pode não ser cabeça de chapa nas eleições deste ano. Primeiro, ele disse que não analisa com a estrela do PT no peito a situação de Vitória da Conquista, onde há outra pré-candidatura da base, da vereadora Lúcia Rocha, do MDB, que estaria na frente de Waldenor nas pesquisas de intenção de voto. Poucos dias depois, o governador foi mais enfático, ao afirmar que a base governista está “bem andada” em relação à eleição e citar Lúcia antes de Nonô, como o deputado federal conquistense também é conhecido: “Os dois candidatos nossos, a Lúcia, do MDB, e o Waldenor, do PT, estão bem posicionados, a estratégia política é aguardarmos, fortalecermos mais os dois nomes e na hora certa ver como ser a escolha do processo”.

Não há dúvida de que o governador já teve que dar muitas explicações, colocar água na fervura. Por aqui, os petistas da cúpula podem negar, mas a fala de Jerônimo foi angustiante. O alívio veio do ministro Rui Costa, “pai” da então muito difícil candidatura de Jerônimo para governador. Rui botou fé no atual governador e demonstra acreditar também em Nonô.

A fala do ministro da Casa Civil foi ontem (18), durante o lançamento do Parque Tecnológico Aeroespacial da Bahia, com as presenças do presidente Lula e do governador. Ao mencionar a barragem do Catolé, obra incluída no PAC, Rui apontou para Waldenor e disse que tem certeza de que ele está “com vontade de cuidar” de Vitória da Conquista, ainda mais do que já faria como deputado federal. A fala foi entendida pelos petistas conquistenses como de apoio do ex-governador à pré-candidatura de Nonô.

Agora, o grupo dele, filiados e seguidores de sua pré-candidatura esperam que tanto Jerônimo como Jaques Wagner façam mais do que Rui fez ontem e, amanhã, afirmem seu apoio a Waldenor, em definitivo. A cor predominante na reunião será o vermelho, certamente, mas o coração dos petistas conquistenses estará verde de esperança.

A ver.

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