Há quase oito anos, em fevereiro de 2016, criamos uma coluna para dar notas da política de uma forma mais curta e o máximo de humor que fosse permitido, mas sem deixar de ser sério. No meio, uma foto-destaque, mostrando um momento curioso, para esclarecer (ou aumentar) uma polêmica, ou só chamar mais a atenção para um fato recente ou passado.

A inspiração em 2016 foi a coluna Alfinetadas, que eu e o jornalista Moysés Maltta fazíamos no jornal Folha de Conquista, nos anos 1993-1994. Apesar de ter durado pouco, a coluna no BLOG foi um sucesso.

Fico aguardando seus comentários, sugestões e críticas.

E o vice de Sheila?

Depois de tantos nomes circularem, de uns ficarem bem tristes porque suas chances se dissiparem como um sopro e outros ainda alimentarem esperanças, o assunto ‘vice de Sheila’ é sinônimo de silêncio. A lista chegou a 12 nomes, mas o escolhido pode não ser nenhum deles, daí o arrefecimento do ímpeto de todos. Quem conversa amiúde com a prefeita diz que ela não tem preferência e analisa todas as possibilidades considerando o quanto podem contribuir com… voto. Até agora, os sinais são de que será uma eleição disputadíssima e charme e amizade não devem ser os requisitos mais importantes para a escolha do vice ou da vice. Aliás, isso vale para todos os pré-candidatos a prefeito ou a prefeita.

Pela janela

A partir do dia 7 de março até o dia 5 de abril, estará aberta a ‘janela partidária’, quando os vereadores que quiserem mudar de partido podem fazê-lo sem perder o mandato. Dos 21 vereadores de Vitória da Conquista, pelo menos 11 devem ir para outros partidos. Três nem precisarão da janela: Adinilson, Bibia e Dudé, que foram expulsos do MDB, segundo a direção estadual por não seguirem orientação partidária e apoiarem proposições da prefeita na Câmara. Certeza de que não sairão das agremiações pelas quais foram eleitos, os petistas Viviane, Xandó, Valdemir e Jacaré; a emedebista e pré-candidata a prefeita Lúcia Rocha; Andreson Ribeiro, do PCdoB; Nelson de Vivi, do União Brasil; e Augusto Cândido, do PSDB.

Ah, você não colocou Babão e Luciano Gomes, ambos do PCdoB… Pois é.

Eucalipto?

Vou usar trecho do último parágrafo do artigo de um dos meus professores de jornalismo, José Carlos Teixeira, editor do site de notícias Informe Baiano, em que ele comenta a derrota do PCdoB na disputa pela cadeira vaga no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Escreve Teixeira: “Parceiros de longa data dos petistas, os comunistas do PCdoB sabem, como ninguém, que o PT padece de uma característica conhecida na botânica como alelopatia desfavorável. Árvores com essa característica, como o eucalipto, não permitem que nada se crie à sua volta”.

Ou rêmora?

A rêmora ou rémora é um peixe que se prende por uma ventosa a outros animais como tubarões, baleias ou tartarugas e assim viaja grandes distâncias. Mas, a rêmora não pega apenas carona. A viagem também é all inclusive, porque ela está ali também para se alimentar dos restos de comida do hospedeiro. A rêmora é uma comensal, porque se beneficia da outra espécie sem prejudicá-la.

Há alguns anos, na antessala do gabinete do então governador Rui Costa, ouvi um proeminente petista conquistense dizer, ao comentar a razão de o PCdoB ter sido o único partido a não compor na chapa de prefeito da Frente Conquista Popular (formada ainda por PT, PV e PSB), que os comunistas já se beneficiavam muito da existência e do sucesso eleitoral do PT em Vitória da Conquista. “O PCdoB é a rêmora do PT”, afirmou o capa preta, que vai ter o nome preservado.

Fabrício paga o pato?

É claro que nessa novela do TCM há muito mais verdades do que sonha a nossa vã filosofia, incluindo fogueiras internas (melhor do que fogo amigo) que chamuscaram o deputado estadual Fabrício Falcão. Mas, não é a primeira vez que ele tem que assumir a conta dessa relação ‘comensal’ ou ‘alelopática’ entre o partido dele e o PT. Uma foi em 2016, em Conquista mesmo, quando ele saiu em uma campanha heroica para prefeito, preterido pelo PT, que deu preferência à contadora Sidélia Porto como vice na chapa de Zé Raimundo. Fabrício teve 11.502 votos para prefeito e ficou em quarto lugar na eleição. Mesmo que ele não tivesse sido candidato, Zé Raimundo ainda perderia para Herzem naquele 1º turno de 2016.

Agora, e de novo, o PT lima o PCdoB e destrói (ou pelo menos adia) mais um sonho de Fabrício.

A foto destaque

Ainda hoje ninguém sabe dizer do que riu com tamanha desenvoltura o sisudo ministro Rui Costa, nesta foto de quando ele era secretário chefe da Casa Civil do governo Jaques Wagner. Dá para dizer que a piada foi engraçada, dela riem também o deputado federal Waldenor Pereira, primeiro à esquerda; Paulo Cézar Lisboa, então secretário de Relações Institucionais, e o deputado estadual Zé Raimundo, mas Rui escancara na gargalhada que dizem ser coisa rara em seu comportamento em público.

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