No próximo dia 6 de outubro, os eleitores brasileiros escolherão prefeitos e prefeitas, vereadores e vereadoras, em um leque de milhares de nomes, a imensa maioria do gênero masculino para as prefeituras e cerca de dois terços para as Câmaras. Nas últimas eleições municipais, em 2020, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quase 90% dos candidatos ao executivo municipal eram do gênero masculino.

Para as câmaras municipais, foram 337.771 candidatos do sexo masculino, representando 65,21% do total, e 180.025 do sexo feminino, 34,76%. E isso apesar de as mulheres representarem 51,5% da população e 53% do eleitorado brasileiro. No total, em 2020 foram eleitas 651 prefeitas (12,1%), contra 4.750 prefeitos (87,9%). Para as câmaras municipais, foram eleitas 9.196 vereadoras (16%), contra 48.265 vereadores (84%).

Histórico de domínio masculino

Em Vitória da Conquista a distância é ainda maior. Em 184 anos de emancipação, apenas duas mulheres disputaram a eleição como candidatas a prefeita, Margarida Oliveira, em 1982, e Maris Stella Schiavo, em 2020, e em toda história apenas dez mulheres foram eleitas vereadoras e três eleitas vice-prefeitas.

De acordo com o TSE, em 2020, dos 346 candidatos que disputaram uma cadeira na Câmara Municipal 144 eram do sexo feminino (32,28%) e 302 eram homens (67,71%). As mulheres receberam 26.232 votos, 17,15% dos votos válidos, os homens ficaram com 126.697, ou 82,85%, uma média de 419,52 votos para cada candidato e apenas 182,16 para cada candidata. Resultado: 19 homens eleitos e apenas duas mulheres, uma proporção de 90,47% a 9,52%.

GêneroQuantidade%Votos nominais% Média de votos
Feminino144 32,28%26.23217,15 %182,16
Masculino30267,71%126.69782,85 %419,52
Números da eleição de 2020 (Fonte:TSE)

Em 2020, a candidata a prefeita Maris Stella teve 973 votos, 0,57% do total dos votos válidos. E três mulheres foram candidatas a vice-prefeita, uma delas, Sheila Lemos, é hoje a prefeita, tendo sido eleita na chapa de Herzem Gusmão, vencedor do 2º turno, que faleceu em março de 2021.

Minoria nos cargos

Segundo o Censo 2022, Vitória da Conquista tem uma população de 370.879 pessoas, sendo 193.468 do sexo feminino e 177.411 do sexo masculino, percentuais de 52,16% e 47,84%, uma diferença de 16.057 pessoas. Enquanto o eleitorado do município é formado por 54% de mulheres (137.128) e 46% de homens 46%. São 20.041 eleitoras a mais que eleitores, em um total de 254.215. Ou seja: as mulheres, sozinhas, podem eleger um candidato no primeiro turno. Os homens precisariam de ajuda.

Apesar dessa larga maioria, as mulheres não são minoria apenas nos cargos eletivos, elas são também são preteridas como gestoras públicas, quer seja no secretariado municipal, quer seja entre os cargos em comissão na Câmara de Vereadores ou na Prefeitura. No Legislativo Municipal, segundo o Portal da Transparência, são 443 cargos nomeados, incluindo assessores parlamentares e servidores em diversos setores, e destes, 48,53% são ocupados por mulheres, enquanto 51,47% estão com homens.

Na Prefeitura, que tem uma mulher à frente, elas representam 44% do total de 300 cargos em comissão, ante 56% de homens, de acordo com a relação atual constante do Portal da Transparência. A proporção é ainda menor em relação ao secretariado, onde são apenas três mulheres, ou 18,75%, em um conjunto de 16 secretarias. Se incluir os cargos de primeiro escalão na administração indireta (Emurc e Fundação Pública de Saúde/Hospital Esaú Matos) o percentual feminino cai para 16,7%.anterior.

O eleitorado de Vitória da Conquista, até esta data, é de 254.215 eleitores, sendo 137.128 mulheres (54%) e 17.087 homens (46%). São 20.041 eleitoras a mais que eleitores. Neste momento há duas pré-candidaturas femininas ao cargo de prefeita e cinco pré-candidaturas masculinas. Para a Câmara, a previsão é de em torno de 360 candidatos, se esse número se confirmar, com base na lei eleitoral que assegura 30% das vagas na chapa para mulheres, o mínimo será de 108 mulheres. A manter o percentual da eleição passada, pode chegar a 117.

Já a chance de eleição é outra história. Haja oitos de marços para as mulheres avançarem nesse campo.

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